Antes de iniciarmos nossa discussão sobre dor, acredito que é interessante ter uma definição do que seja dor. Holmer considerava que a dor era devida a flechas arremessadas pelos deuses. Aristóteles considerava a dor como sendo uma paixão da alma que, de certo modo, resultava da intensificação de outra experiência sensorial. Platão alegava que a dor e o prazer surgiam do interior do organismo, dando origem ao conceito de que a dor é uma experiência emocional mais do que um distúrbio corporal localizado. A Bíblia faz referência à dor não apenas como decorrência de lesões e doenças, mas também como uma angústia da alma. Freud desenvolveu a idéia de que os sintomas físicos poderiam resultar de processos do pensamento. Atualmente a dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano tecidual ou potencial ou ainda descrita tal como se o dano estivesse presente.

Chamamos dor secundária a dor que está localizada em qualquer outro local fora da área de desconforto. É uma experiência frustrante para o clínico quando a odontalgia prossegue muito depois do tratamento dentário correto ter sido realizado. Existem estruturas na cabeça e no pescoço que podem produzir dores secundárias sentidas nos dentes. Este tipo de dor pode ser diferenciado por provocação local e uso seletivo de anestésico local. Os locais mais comuns a partir dos quais a dor pode ser referida para os dentes incluem músculos da mastigação, ouvido, seios da face e coração. Conhecer as características da dor de cada uma destas alterações é uma chave essencial para o diagnóstico e, por conseguinte, para o tratamento adequado.

Para descobrirmos a origem da dor dentária, o mais importante é procurar um profissional habilitado, neste caso, o dentista, para que seja realizado o diagnóstico e o tratamento adequado, visto que as origens das dores dentárias podem ser as mais diversas.

A causa mais comum da dor na cavidade bucal é a doença inflamatória da polpa dentária ou dos tecidos periodontais. A dor originada nos dentes pode ser referida ou irradiada para outras estruturas e a dor de origem não-dentária pode ser referida ao dente. Síndromes de dor crônica e dores psicogênicas podem algumas vezes manifestar-se como dor de dente. Deste modo, em caso de dor, o ideal é sempre procurar um profissional para tratá-la, ao invés de utilizar paliativos, visto que um problema cardíaco, por exemplo, pode originar uma dor de dente e um diagnóstico preciso pode salvar a vida do paciente.